Dicas para alcançar alunos “inalcançáveis”

Você tem algum aluno que quase não fala nada? Esses alunos assistem a todas as aulas. Eles estão lá, mas estão realmente presentes?

Muitas vezes, como educadores, observamos esses alunos e acabamos por aceitar a situação como ela é. Eles entram na sala, permanecem em silêncio e realizam suas tarefas. Surge a dúvida: por que devo “incomodá-los”? Dada a sua pouca participação e a percepção de serem inacessíveis, surge a questão: qual o sentido de tentar mudar isso?

E por que não tentar? Os educadores têm a incrível oportunidade de desenvolver relacionamentos positivos, encorajadores e profissionais com esses mesmos alunos. Esta postagem descreverá estratégias que utilizo para construir conexões com alunos “inalcançáveis”.

Estratégia 1: Energia

 

Tenho convicção de que o nível de energia de um indivíduo exerce uma função crucial na maneira como ele reage às situações. Se um aluno não sentir uma conexão com você, é mais provável que ele evite qualquer participação na sala de aula ou interação pessoal.

O entusiasmo que você transmite pelo conteúdo da aula influencia diretamente no modo como os alunos aprendem. A energia empregada para celebrar suas conquistas e reações desempenha um papel significativo. Uma estratégia seria como você começa a aula, suas interações com a turma e – o mais importante – como você conduz a sala de aula. A energia é contagiante, então traga consigo a energia que você deseja ver nos alunos.

Estratégia 2: Aliviar o medo

Aqui não me refiro ao medo das pessoas, mas ao medo do desafio ou do ambiente. Uma maneira de ajudar a aliviar esse medo é criar e cultivar um ambiente de aprendizagem seguro para os alunos.

Se o aluno se sentir confortável, encorajado e visto, ele se abrirá — ainda que de maneira gradual. O ambiente educacional deve refletir compaixão e empatia para com todos. Esse aluno em particular está observando atentamente como você responde aos colegas, buscando avaliar se é seguro se abrir no momento.

Devemos criar um espaço para a vulnerabilidade de professores e alunos, ao mesmo tempo em que comandamos a sala de aula. Uma estratégia é familiarizar-se com o nome de cada aluno. Essa prática não apenas demonstra interesse, mas também indica que valorizamos e respeitamos a individualidade de cada um. Esse gesto aparentemente simples carrega um significado profundo, aliviando alguns receios dos alunos ao fazê-los sentir-se incluídos na aula.

Estratégia 3: Comunicação

Não podemos ter medo de conversar com nossos alunos. Devemos aprender o que eles gostam e o que não gostam – mesmo uma dose mínima de informação básica pode ser significativa. Devemos criar interações propositais entre professor/aluno e aluno/aluno, ao mesmo tempo em que observamos o clima da sala de aula. É fundamental que nos sintamos à vontade para desafiar nossos alunos, ao mesmo tempo em que demonstramos preocupação e compaixão.

Diversos fatores contribuem para a inacessibilidade de alguns alunos, e, apesar de nossos esforços como educadores, pode ser desafiador alcançar a todos. Nosso objetivo é identificar maneiras de despertar algum nível de interesse, compreender suas necessidades e avaliar o que podemos fazer para apoiá-los.

Já refletiu sobre a possibilidade da sua aula ser uma das razões pelas quais os alunos escolhem permanecer na universidade e completar seus estudos?

Considerar essa possibilidade me motiva a desejar que todos os estudantes encontrem uma nova perspectiva em minha sala de aula, compreendam a importância e a diversão do aprendizado e – o mais importante – que eu me importo!

 

 

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Anitre Bell ensina sobre sucesso universitário e habilidades de estudo no Community College of Beaver County. Texto original pode ser lido aqui.