Nossos alunos estão ansiosos: Devemos ajudar?

No início deste semestre, fui avisado que tinha uma aluna com dificuldades em uma das minhas aulas. Logo depois, a aluna se aproximou de mim, tremendo e com os olhos marejados, para discutir sua ansiedade. Ela me disse que poderia haver semanas em que ela não poderia assistir às aulas e pediu algumas flexibilizações, com as quais concordei. Mesmo assim, na terceira semana do trimestre, a aluna me escreveu um e-mail comovente, dizendo que teria que abandonar o curso e talvez abandonar totalmente a universidade.

Só neste trimestre, tive vários outros incidentes menos dramáticos, todos envolvendo a ansiedade dos alunos. Em meus 20 anos de ensino, nunca experimentei tal grau de angústia estudantil, e me vejo oscilando entre a empatia pela angústia e a irritação quando me pergunto se estou apenas testemunhando um exemplo de “geração floco de neve”. Mas volto sempre à mesma conclusão: Como professor em sala de aula, estou na linha de frente e, portanto, tenho de fazer alguma coisa. Mas o quê?

Em um recente artigo no site The Chronicle of Higher Education discutindo o assunto, Brian Rosenberg, presidente da Macalester College, diz que é importante considerar as experiências de vida de nossos alunos. Ele examina a preponderância do medo e da preocupação que assola os nossos alunos e oferece algumas explicações para o que muitos consideram ser uma falta de resiliência.

Nos estados unidos, os estudantes de hoje, observa Rosenberg, cresceram num mundo pós-11 de setembro, onde foram instruídos a estar sempre atentos a qualquer coisa “suspeita”. Eles vivem num mundo em que as instituições de ensino parecem ser os principais alvos dos maníacos armados. Eles viram o sistema financeiro entrar em colapso e têm a triste compreensão de serem a primeira geração que se espera estar em situação menos favorável do que os seus pais.

Da mesma forma, muitos de nossos alunos são os primeiros de suas famílias a frequentar a faculdade e, uma vez confrontados com as tarefas de administrar aulas, trabalhos de casa e empregos, descobrem que lutam apenas para comer e pagar o aluguel, além de comprar seus livros e estudar. E não vamos esquecer a postura interminável que esses jovens enfrentam nas redes sociais. Embora cada geração tenha que lidar com questões exclusivas de sua época, não há como negar que essa geração tem um prato cheio.

Muitas faculdades reconheceram as necessidades de saúde mental dos alunos agregando serviços, mas, muitas vezes, elas simplesmente não têm recursos suficientes para lidar com todos os alunos que precisam de ajuda, deixando-nos, seus professores, para lidar com um nível de estresse e ansiedade que nunca vimos e, na maior parte, não fomos treinados para lidar com eles.

A ansiedade dos alunos não parece que irá desaparecer tão cedo. A seguir, apresentamos algumas dicas para ajudá-los a lidar com a situação.

Incorpore a psicologia positiva em sua sala de aula

Em suma, a psicologia positiva concentra-se no que é certo e não no que é errado. Na sala de aula, isso pode significar que os professores ajudam os alunos a abandonar o medo do fracasso e passar a esperar o sucesso por meio do trabalho árduo. Os professores também podem se lembrar de comentar o que os alunos fizeram bem em uma tarefa, em vez de marcar apenas o que foi feito de errado.

Conheça os recursos da universidade

Muitas vezes os alunos simplesmente desconhecem os recursos disponíveis. Ao listar os recursos da sua universidade para saúde mental, questões financeiras, insegurança alimentar assistência e tutoria, você pode orientar seus alunos na direção da ajuda necessária.

Seja flexível

Pode ser útil lembrar que um transtorno mental seja isso — um transtorno. Fazer adaptações razoáveis pode ajudar o aluno a alcançar o sucesso.

Entenda os sinais dos efeitos colaterais dos medicamentos

Aquele aluno bocejando ou atrasado para a aula pode estar sofrendo efeitos colaterais de medicamentos psicotrópicos. Em vez de presumir que o aluno não se importa com as aulas ou que está sendo desrespeitoso, considere outro cenário em que o aluno está fazendo o seu melhor para lidar com um transtorno mental.

No final das contas, é claro, não somos profissionais de saúde mental. Embora possamos certamente tentar acomodar os alunos que sofrem de ansiedade, às vezes o melhor que podemos oferecer é um ouvido solidário.

 

 

 

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Esta postagem é uma versão modificada de um artigo publicado originalmente em BizCommBuzz. Artigo adaptado e traduzido pela Cengage Brasil. Texto original pode ser lido aqui.