Sou professor, tenho interesse
O interesse pela questão da percepção tem se intensificado desde o século XIX, com as
alterações que o mundo moderno vem, cada vez mais, imprimindo sobre as faculdades
perceptivas e cognitivas humanas. Coadjuvantes fundamentais dessas alterações são as
mídias tecno-visuais, tecno-sonoras, corpo-técnicas, desde a fotografia e do gramofone até
as complexas urdiduras dos fluxos das linguagens hipermidiáticas que povoam as redes
digitais, fixas e móveis, de comunicação. Isso não escapou à atenção de filósofos,
antropólogos, teóricos da cultura, psicólogos etc. As três teorias da percepção que
compõem este livro a teoria fenomenológica de Merleau-Ponty, a teoria ecológica de
Gibson e a teoria semiótica de Peirce quando vistas em conjunto, criam um bom equilíbrio
entre uma teoria fortemente calcada em reflexões filosóficas, uma teoria baseada em
pesquisas empíricas e uma teoria semiótica voltada para a análise dos movimentos lógicos
da dinâmica perceptiva. Este livro defende que essas teorias são complementares. Cada
uma delas explora uma das facetas da percepção: os interstícios do corpo com o mundo sob
um prisma fenomenológico, a fundação de uma ecologia da percepção o mundo lá fora,
que se oferta à percepção, tem peculiaridades que precisam ser exploradas , por fim, a
fina urdidura dos processos sensórios e mentais constitui-se no terceiro membro do
complexo tronco da percepção. Em suma, confrontam-se aqui três gigantes da reflexão
sobre esse tema fascinante e absorvente a percepção , atraente justo porque nos coloca
no coração que pulsa em nosso estar no mundo.
ARTIGOS DE INTERESSE