Como abordar a integridade acadêmica?

Como Xennial (me recuso ser identificada como uma Millenial geriátrica) no ensino superior, lembro-me claramente dos tempos em que as plataformas de aprendizagem on-line confundiam até mesmo os professores universitários mais experientes em tecnologia.

Entregar documentos impressos e utilizar materiais impressos da biblioteca da universidade eram a norma. Quinze anos depois, os mais recentes avanços tecnológicos de inteligência artificial nos trouxeram programas de computador capazes de escrever um trabalho de pesquisa inteiro com um simples comando! Diante disso, onde estaria o limite entre agir com integridade acadêmica e ser desonesto?

Os alunos entendem as expectativas?

Como educadora, meu objetivo é apoiar todos os alunos no fortalecimento de suas habilidades de escrita. Isso inclui a capacidade de escrever profissionalmente, pensar criticamente e fazer citações com responsabilidade. Quando a informação é facilmente acessível com um simples toque na tela, não é de admirar que os estudantes de hoje tenham uma percepção diferente do que constitui um ato de plágio. A regra geral era que qualquer coisa que não fosse considerada “conhecimento comum” precisava ser citada. Bem, o que consideramos “conhecimento comum” quando posso fazer uma pesquisa rápida e ter uma resposta em segundos na tela do meu celular? Se não estou lendo um artigo ou livro publicado para obter essa informação, como posso citá-lo? Por que devo citá-lo?

Muitas instituições educacionais concentram-se em políticas rígidas destinadas a desencorajar os alunos de cometerem atos de desonestidade acadêmica. Mas podemos afirmar com segurança que os alunos entendem o que é integridade acadêmica e por que ela é importante? Eles realmente compreendem o que estão tentando alcançar ou apenas o que estão tentando evitar?

Embora não esteja argumentando que os alunos devam receber passe livre quando cometem um ato de plágio, descobri que muitos estudantes realmente não entendem como podem evitar esses atos. Não podemos presumir que os alunos ingressam em nossas disciplinas com uma compreensão atual das normas de citação, habilidades de pesquisa ou uma compreensão completa do que constitui desonestidade acadêmica. É nosso dever como educadores ensiná-los sobre sua responsabilidade de defender a integridade acadêmica.

Ensino que apoia a aprendizagem do aluno

Quando um aluno comete seu primeiro ato de plágio, seja intencional ou não, muitas vezes busco evitar punições imediatas. Em vez disso, ofereço-lhe uma oportunidade de aprender e melhorar. Os alunos frequentemente relatam uma melhor compreensão da formatação apropriada das citações e uma compreensão mais completa do que fizeram de errado. Mesmo na vida adulta, todos podemos admitir que não compreendemos verdadeiramente as consequências de certas escolhas ou ações até enfrentá-las no momento.

Considerando isso, sou uma forte defensora de exigir que todos os novos alunos tenham uma aula ou módulo de orientação abordando a integridade acadêmica e as diversas formas de plágio. Este módulo pode incluir uma revisão detalhada da política específica de plágio da instituição, além de oferecer orientações sobre o formato de citação adotado. Isso não apenas fortalecerá a consciência dos alunos sobre o assunto, mas também promoverá uma cultura de integridade desde o início de sua jornada acadêmica

Acredito que os estudantes não conseguirão evitar o plágio se não compreenderem a importância da integridade acadêmica. A inclusão de orientações claras auxiliará os alunos a desenvolverem confiança em suas habilidades de escrita. Embora a abordagem tradicional possa assumir que os alunos já possuem esse conhecimento, é necessário ajustar nossa perspectiva e oferecer o suporte necessário. Afinal, como educadores, é nossa responsabilidade preparar os alunos para o sucesso acadêmico.

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Kristin McDonald é professora e presidente associada de serviços humanos e sociologia na Post University. Texto original pode ser lido aqui.